Saturday, May 01, 2010

Aqui fiquei

Hoje dois imensuravelmente
No meio de todo um desencontro onde as coisas se encontravam sei que me perdi e tu te perdeste
Talvez a verdade seja crua, talvez seja dificil de aceitar que as coisas mudam, as pessoas mudam e de uma forma ou outra dois pontos de vista podem ser tão iguais e tão diferentes no mesmo plano imaginário.
Não doi quando a gente sofre porque tem que sofrer, doi quando se sofre porque teve que ser. Entre 2 caminhos escolho o da luta, o da guerra, o de sofrer mas entregar-me. Acreditar que as pessoas se revelam nos momentos importantes e decisivos e são esses momentos que marcam o que fica. Porque uma vida sem entrega, cheia de regras e cinismos vagos sem aquela pitadinha genuina que nos faz sentir vivos, não é vida, é apenas um prolongamento do sofrimento que ás vezes parece viver.
É fecharmos-nos para o mundo que nos rodeia, os estimulos que nos exaltam e a vida que nos foge a cada dia que passa.
Doi quando 2 pessoas se tornam estranhas e elas mesmas não se reconhecem. Quando tentam fugir de si mesmas e de tudo aquilo que elas foram, apenas porque é mais simples refugiarmos-nos dos outros do que de nós mesmos. Acreditar no mal e não acreditar no bem. Aplicar a perspectiva do vazio e da abstracção. Não lutar, fugirmos do mundo e de nós mesmos e entrarmos num buraco que nos destroi lentamente. A luta, a entrega, o suor, por mais que doam, fazem parte de um caminho trilhado por nós na busca de um ser mais perfeito. Quando nos refugiamos em ciclos viciosos, estagnamos e jamais adiantamos.
Deixaste uma marca forte e impregnada a ferros cá dentro, e sei que tu também sofreste. Mas há situações em que escolhemos o sofrimento ou escolhemos sofrer para não sofrer sem sofrer aquilo que havia de bom para viver. O que fica é cinza, é vazio e é a sensação que num caminho de desilusão passou um rio e uma tormenta que jamais voltou a fazê-lo correr. Os rios secam, as margens perdem vida e a costa parece longinqua. Contudo a vida renasce e os rios correm de novo.
Nas fraquezas que nos exploram nós encontramos forças para andar para a frente.
O limite é aquilo que queremos impor, e sem limites há pessoas que se perdem. Doi perder alguem amigo, alguem que conhecemos mas já não é essa pessoa connosco porque a sequencia de acontecimentos e desencontros provoca aquilo que não estava destinado a ser.
Contudo não baixo os braços. Não me entrego ao medo. Abraço a vida e perdoo me a mim mesmo por não resistir à pressão daquilo que sinto. Da forma como o meu peito aperta. Do jeito como vou ter saudades do teu sorriso genuino, sincero e contagiante.
Já não me sinto mais capaz de encontrar o caminho para onde decidiste seguir, decidiste apagar o rasto que deixavas. Apagámos os 2, entramos numa guerra da qual ninguém saiu vitorioso e escolhemos atitudes menos nobres apenas para atingir a outra barricada e proteger a nossa.
Vou ter saudades tuas e já tinha à muito tempo.
...Só que nas 4 estações, primavera nunca mais voltou