Monday, February 04, 2013

A força Yin


"Agora que já convenci todos que tu és um maluco e doente e que de forma alguma te Amo porque passei e fui o pior contigo, mesmo que até note que estamos conectados por merdas fantabulásticas que até a mim me deixam a coçar a cuca, já posso convencer-me a mim mesma e seguir a dar a pessoa que tu ajudaste a acontecer para outros, haverá alguém igual a ti seguramente, mesmo que saiba que cada um desses pequenos e doces momentos seriam bem melhores contigo. Consigo ser mais forte que isto, vês? Consigo até ser mais forte que Eu!"

-Eu sei Amor. És forte.





Friday, February 01, 2013

Sonhos & Pesadelos


Em sonhos recordo aquela noite em que eu ia para o Sul. Em que Nos encontrámos num qualquer recanto de Bustelo. E recordo tão vivida e lucidamente como se fosse hoje. Aquele momento em que brincávamos em DOS e a bateria foi abaixo. Era nítido o bem-estar. Aproximámos-nos lentamente. Eu tremia, tu jubilavas de emoção. E aquele beijo tão sentido, tão esperado tornou-se em certezas. Subitamente no teu coração e no meu vivia apenas uma certeza. A certeza. A união de duas almas que se buscavam. 
A carne não apelava e a alma sorria com lágrimas de emoção na escuta da minha música. Eventualmente escutava e encontraria a tua, seguramente.
Recordo aquele zénite matutino em que o sol banhou os teus olhos e os meus de alegria. Em que o tempo parecia apenas um lento palpitar. Em que o adeus foi um até já.
Essa noite de dança de espiritos em transcêndencia reproduz-se vezes sem conta no meu coração.

Teria tanto para falar contigo. Tanto para sentir contigo. Mas a perversão que provoquei em ti resultou numa faca de dois legumes. Eu passei a ser o depósito de merda, afinal, tanto que eu fazia era provável que aguentasse tudo o que viesse de ti.

Perdemos anos e momentos que não voltam. Verdades absolutas que não se revelam.
A vida enganou-te docemente tragando-te aos poucos para um abismo. Fui lá ao fundo inumeras vezes. Fui ao teu fundo. Fui ao meu fundo. Fui á essência do mundo.

De lá vim ainda mais completo, ainda mais experiente, ainda mais consciente, ainda mais visionando um Uno tripartido de corpo, alma e mente. Mas vim sem ti. Tens ficado por lá, escondida, impregnada no status, socialite e bebidas de ocasião. Nos falsos amigos que nos trairam, que te trairam.

Eu hoje decidi não prever mais nada. Sou como o vento que sopra gentilmente na tua alma.
Não sei se estarei aqui. Não sei mesmo se ainda estás aí, apenas sei que tudo o que não vivemos será um fardo que não ficará em mim.

Lamento a forma como te esqueces. Como nunca nos recordaste. Como nunca olhaste dentro de ti.

Mas principalmente, o que mais lamento... É o que nunca proporcionaste.
O barco que continuamente furaste
O prato em que cuspiste
A madeixa de alma que me arrancaste.


A busca incessante que fazes por mim. Aquilo que nunca buscaste em mim. A quantidade de merda que aturei por ti.. Aprendi.

Talvez o respeito seja algo que eu um dia conquiste de ti, se eventualmente nunca mais te dirigir um sorriso, um olhar, uma palavra.

O que isso resolve? que certezas isso cria, que dúvidas levanta? Bom.. Eu vi tudo, tenho as minhas certezas.

Não sei Amor... O jardim para onde viajaste levou tudo de mim sem esse eu estar contigo.

Não sou mais forte que Eu. Para ser Eu tenho que ser Eu.

Força... O que é a força afinal? O que é ser forte? O que é que sabes de mim destes meus anos? Que conquistas, que derrotas, que momentos em que te carreguei ás costas?? Quantas batalhas, quantas espadas, quantas falsas cinderelas e suas criadas?

Tanto por dizer, tanto por falar, receio vivamente que esse manto de silêncio em que nos envolucraste te vá atafegar.

A arma de sonho sou eu. As pessoas que procuras nunca serão eu. Não estiveram lá, não conheceram tudo de ti.
A nossa ligação é única.

Gostava que soubesses quanto nas mesmas etapas pensamos igual, quanta ligação temos que sinto quando tás bem ou mal, que pressinto quando me chamas lá no fundo só para saber se ainda estou aqui.

Mas o enredo em que nos metemos envolve muitos sapos. Muito ir contra coisas que dissemos.

E nesse cobertor de orgulho em que envolves o teu coração, vais secando o prado que o alimenta.

Reafirmo: Não estarei para o pior de novo. para as merdas. para as chatices.

Aguentar-te uma vida inteira supõe viver o presente que te vejo a viver sem mim de cimeira. Eventualmente não farás ideia do quanto estariamos a viver. Da fuckin' magia em que não acreditas. Na quantidade de sucesso que viviamos, conquistas, vitórias, alegrias. Do quanto o teu sucesso era o meu e vice versa. Do quanto o meu Caos cheio de oportunidades que fez germinar as tuas se encontra magicamente na estabilidade que proporcionas. Do yin & yang que somos. Quase jurava que nos temos encontrado continuamente nas ultimas vidas. Do brilho que irradiámos juntos. Tudo conversa de chacha com o bunker em que fechaste a coisa mais linda de ti.

Vai contra tudo o que te tirou de mim. Verás que esse juízo provocado por circunstancias absurdas está tão longe da realidade quanto estás longe de ti. Mas tudo, é tudo e tudo para ti, nesse conforto social é muita coisa. Sou realista. És fraca demais para seguires o teu próprio pulsar e sem mim, pulsa ainda menos.

E dentro de mim, ainda vives, ainda brilham os teus olhos, ainda és banhada pelo sol ao amanhecer.


Enquanto eu não o transformar em noite.